Pax Intratibus

10.9.05

A Katrina Do Nosso Descontentamento

Foi desgostosamente triste assistir (felizmente via caixa "confusora de ideias", vulgo TV) à passagem do Furacão Katrina – curioso e correcto [ :) ] o facto de os furacões terem sempre nomes de mulher – e principalmente aos estragos humanos, animais, da flora e de bens materiais que "a Katrina" provocou.
Começo por dizer que não sou anti-americano, sou apenas anti-chinês pelo que eles fizeram/fazem no Tibete, mas dá-me que pensar como é que um país como os EUA, com todos os meios ao seu dispor (e mais alguns), tendo conhecimento do que se avizinhava, prevendo com o que de mais avançado em termos meteorológicos existe as consequências que adviriam de tão importante fenómeno natural e não se encontravam preparados para este evento. Tudo isto me suscita algumas perguntas, tais como:

- Teve alguma importância no atraso da chegada dos meios de auxílio, o furacão ter devastado uma área maioritariamente habitada por pessoas de raça negra e com um nível de vida aquém da média Norte-americana?
- A sensação que dá é que os EUA mobilizam com a maior rapidez quantidades enormes de material de guerra e soldados para invadir ou "libertar" um qualquer país que lhes interesse (e não porque as pessoas estão por lá a sofrer), mas são incapazes de fazer o mesmo quando se trata de intervir de uma forma activa e produtiva em situações de paz, ou se preferirmos de catástrofes não provocadas pela guerra. Concluo daqui que este é um país completamente preparado e direccionado para a guerra e que descura aspectos importantíssimos que ocorrem em situações de paz, neste caso, dentro do seu próprio território geográfico.
Que um país, ou mesmo um cidadão tenha o direito de preservar a sua integridade física, mental, emocional e espiritual no caso de se encontrar ameaçado em qualquer uma destas suas componentes, penso que todos concordarão, mas o que se passa nos EUA é uma autêntica cultura do belicismo, da agressão. Sei que tudo é relativo e que a forma como um país ou cidadão exerce a sua defesa dependerá de inúmeros factores (sociais, políticos, religiosos, caracteriais, personalísticos, grupais, etc.). A título de exemplo, um sujeito neo-nazi, por princípio, não exercerá a sua defesa da mesma forma que um sujeito budista, mas é óbvio que tudo dependerá das circunstâncias e do estímulo ameaçante.
Para finalizar, espero que as autoridades Norte-americanas tenham aprendido algo com tudo isto e não se tornem mais um exemplo do que referi no post anterior acerca dos incêndios em Portugal e dum certo "aprés moi le déluge" (depois de mim [pode vir] o dilúvio).
A finalizar, o meu voto de pesar por todas as vítimas e o regresso rápido a um futuro mais risonho.

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