Pax Intratibus

5.10.05

Desabafo

Véspera de Fim-de-semana! Hum, tantas coisas possíveis para fazer. Bom, vejamos, tenho as coisas que me apetecem fazer, as que tenho que fazer e as que não me apetecem mesmo nada fazer (estas quase sempre coincidem com as segundas). Como se esta situação verdadeiramente dilemática não bastasse, ainda tenho a catástrofe regional de Domingo. Catástrofe pela curiosidade crua e nua que apenas sobrevive até eu saber quem ganhou os lugares de podium (os tachos, pois!). A partir daí tudo volta à sua rotina habitual, o Concelho de Beja volta à sua hibernação quase que contínua. Ou será que desta vez algo de novo se passará? Talvez o aparecimento de Dom Sebastião em Sines, sentado a uma mesa de restaurante a empanturrar-se de feijão com dobrada e um vinhito da Vidigueira e depois seguir para a praia do Malhão equipado de binóculos para espreitar uns, umas? No caso deste Rei tenho medo de arriscar o sexo dos observados não vá ele ficar ofendido. Mas, ná! Duvido que mesmo um fenómeno destes acordasse tanto as gentes concelhias bejenses como a vitória de um partido que não fosse o mesmo de sempre. Sim, porque isto de estar na Casa da Praça desde há 30 anos deixa raízes mais fundas que as de um pinheiro sem beber nada de jeito há 2 anos. Aqui um cantinho onde rolou uma lagrimita furtiva porque o camarada qualquer coisa lá disse uma palavra amiga; naquele gabinete cujas paredes há muito desistiram de ter ouvidos - porque não há tímpanos que aguentem – onde se chorou “baba e ranho” com o medo de perder as últimas eleições, aiiiiiiii… e agora? E agora? Tanta gente a pensar, quiçá a nem dormir de puro medo da derrota. E os outros? Bom, os outros esperaram e esperam. Será desta vez? Da próxima? Tem mais a perder quem possui. Quem nada tem, nada pode perder, só tem a ganhar. Como o nosso grande compositor e cantor, o Jorge Palma dizia numa das suas canções aqui há uns anos: “Reduz as necessidades se queres passar bem…”, nós reduzimos as expectativas de mudança para nunca podermos passar mal.
Confesso a Vós Blogueiros e leitores dos cujos e também dos ditos que não milito em partido algum, mas parece-me que esta mania da CDU (assim fica mais bonito) de querer bater o recorde do Salazar é patológica. Então 30 anos não chegam? As listas Brancas (os afilhados amados) engrossam se bem que não tanto como as negras (os enteados odiados). Não gostaria de ver o conteúdo das listas revertido, gostaria de ver as listas desaparecerem. Enfim… Coisas e loisas da Casa da Praça.
Ah! Já me esquecia. No Domingo que vença o que tem mais votos (já que poucas vezes é o melhor).

2 Comentários:

  • "Aquilo a que o guerreiro renuncia é tudo o que na sua experiência é uma barreira entre ele e os outros. Noutras palavras, renunciar é tornarmo-nos mais disponíveis, mais gentis e abertos aos outros".

    Chögyam Trungpa Rinpoche em "Shambhala"

    By Anonymous Anónimo, at outubro 26, 2005 4:57 da tarde  

  • Parabéns pela citação. Muito bonita. E logo do Rinpoché (Precioso) que é. Bom, não querendo discordar de C.Trungpa Rinpoché, mas... A renúncia sem compreensão é inútil. Apenas a renúncia fundada na não-ilusão nos torna mais abertos aos outros e a nós. Gostei do teu comentário, :)).
    Confesso que tenho pena de não saber que tenho uma leitora que aprecia o Budismo como eu e eu não sei quem é. Enfim, deixo aqui o meu e-mail: oshoreiki@gmail.com

    By Blogger Abade.anacleto, at outubro 27, 2005 6:30 da tarde  

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