Pax Intratibus

13.3.06

Há uns tempos atrás lia-se em alguns jornais que Gilberta foi assassinada! Transexual Brasileira tinha contraído SIDA, tuberculose e todas as mazelas secundárias que ambas as doenças provocam. Sabia que o seu fim estava próximo. Não havia necessidade de este ter sido provocado pelas agressões selváticas e gratuitas de um bando de 14 rapazes com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos. Ora estes “meninos” já tinham um historial de pequenos furtos, agressões, etc, etc. Estavam sob a tutela da Segurança Social e da “Oficina de S. José”, esta última pertença da Diocese do Porto.
Naquela fatídica noite, Gilberta deixou-se mais uma vez insultar, ser agredida e violentada. Este “tratamento” cheio de socos, pontapés e sevícias sexuais acabaria por lhe provocar a morte. Não contentes com esta situação, os “meninos” regressaram dias depois e jogaram friamente o seu corpo franzino para um poço existente no local.
De acordo com o testemunho de alguém que percorre a mesma senda, Gilberta já tremia por todos os lados. Todos os cêntimos que conseguia eram gastos em droga, gastos no esquecimento temporário e torturante. Triste sina a de quem percorre estes já gastos caminhos da prostituição. Agora, são necessários 4210 Euros para trasladar os seus restos para o país que a viu nascer, o Brasil. Transsexuais do Porto fizeram uma colecta, a segurança social forneceu 950 Euros, entre todos não é suficiente.
Somos ateus, crentes, nacionalistas ou “si, ma non troppo”, no entanto, temos de ser humanistas quanto baste. Não dignifica Portugal, nem os Portugueses, permitirmos e provocarmos este tipo de situações. O assassínio nunca resolveu nada, salvo casos extremos, como limpar-se o sebo a um “serial killer”.
Pode pensar-se, e o que é que veio para cá fazer esse(a) brasileiro(a)? E porque não? O que vão tantos Portugueses fazer para o estrangeiro? Nem todos irão trabalhar em fábricas, julgo eu.
Li também no C.M. acerca dos perigos inerentes à prostituição feminina de luxo. Bom, não sou, nunca fui prostituta ou prostituto. Penso que consigo, no entanto, imaginar que será uma vida tremendamente fácil para quem não pensa e um horror para quem sente (esta paga direitos de autor não sei a quem).
Na Praia da Rocha, uma mulher foi atirada de um 6º andar abaixo por um cliente; outra que estava num apartamento próximo foi esfaqueada. Mas já nem é uma questão de perguntarmos em que país vivemos, mas sim em que planeta vivemos. Ouço dizer que somos afortunados porque ainda estamos, de certa forma, resguardados. Dá-me a sensação de que esses “bons tempos” já lá vão. Agora temos de enfrentar situações para as quais não estamos minimamente preparados. A violência gratuita (para o ladrão! para quem é roubado é gratuita o tanas!) cresce alarmantemente, não escapa o idoso, jovem, jeová, mormon, hetero, homo, etc, etc. Perguntamos: Onde é que isto irá parar? Alguns conhecidos presenteiam-nos com a célebre frase: “Isto precisa é doutro Salazar!”. Pergunto eu, para quê?! O homem foi um assassino frio, calculista. Roubou (não para ele, mas para o Estado), matou porque quem não era por ele era contra ele. Não precisamos do António Oliveira Salazar para nada!!! Precisamos de gente com o senso da nacionalidade sã e não de ditaduras gratuitas! Veja-se o caso dos nuestros hermanos! Várias etnias, vários interesses, tantas províncias, mas um acordo consuetudinário que extravasa o que está escrito! Primeiro nós, depois os outros.
Caso curioso, em Portugal é proibido usar uma cruz suástica (símbolo milenar que representa paz, fertilidade, a vida em movimento, etc.), já na França, país que sofreu horrores durante a II Guerra existe um partido neo-nazi, devidamente legalizado, florescente. Então, em que é que ficamos? Só a Divisão Verde composta por voluntários portugueses que foram combater contra a Rússia ao lado da espanhola Divisão Azul SS pontificou na dita guerra. Pensando: Nos países que sofreram as deportações, o martírio, o Holocausto, são permitidos partidos de ultra-direita, vulgo neo-nazis, em Portugal que nada sofreu em comparação, nem se pode usar uma t-shirt com uma destas cruzes sem se levar nos cornos ou ver os seus direitos atropelados. Pois eu adoro a suástica nas suas mais diversas formas. Sou coleccionador de cruzes e crucifixos e nunca deixaria de ter ou usar uma cruz da minha colecção. Incomoda? A quem? E a quem incomoda, pelo menos sabe porquê??!!.

2 Comentários:

  • Caro amigo
    Já todos sabemos no que vai dar o julgamento: uns foram maltratados na primeira infância, outros são filhos de casal disfuncional, outros são inimputáveis porque doentes do foro psíquico! E se não fôr exactamente assim , pouco vai falhar. Para a opinião pública a coisa agora está am banho-maria, acalmou a fervura da notícia de abertura do jornal das oito. Quando os putos (?) forem julgados vai lá estar a Jaquina mais a Bizé das Rendas, juntamente com o Arnaldo Rolhas e o Zé dos Anzóis, todos aos berros que devem ser julgados e condenados, ainda por cima vão aparecer na televisão!!!, mas vão-se logo esquecer quando aparecer uma "provedora" a dizer que são tudo bons rapazes. E aí vem uma lagriminha, e a gaja até era puta, e afinal não era gaja era um gajo, que até era panascas, e drÓgava-se, era uma drÓgada com sida... e os mocinhos são uns anjinhos! A gaja que era gajo é que se meteu com eles... E a culpa passa a ser da instituição, a instituição é que deu cabo deles, a institução é que os violentou.
    Mas será que todos os violentados se tornaram criminosos? E será que todos os criminosos foram alvo de abusos?
    Parece que algo começa a cheirar (muuuiiiito) mal no reino do apuramento da verdade.

    By Blogger Celtiberix, at março 14, 2006 9:49 da tarde  

  • Caro Celtibérix, boa avaliação e confesso que não poderia estar mais em acordo contigo. Também eu temo que a justiça vá ser mais uma vez invertida. É triste...

    By Blogger Abade.anacleto, at março 16, 2006 4:29 da tarde  

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