Ainda acerca do Irão
Se por um lado a tradição judaico-cristã em que todos somos educados e na qual as nossas leis assentam e a herança pitagórica do ou é verdade ou é mentira, não havendo meio termo; juntando-lhe a triste contribuição de René Descartes com o seu Racionalismo, ficamos com um cenário de inflexibilidade, de fundamentalismo quiçá mais fundamentalista que o Iraniano. Colocamos no nosso Blog fotos de uma criança iraniana a ser estupidamente punida por ter sido apanhada a roubar pão; e as nossas crianças que sofrem, por vezes, tanto ou mais e nem pão roubaram? Parafraseando Confúcio: “porque nos preocupamos com a soleira da porta do vizinho que está suja e não limpamos 1º a nossa?”, ou o mesmo Confúcio em : “Quem tem telhados de vidro não atira pedras”; talvez prefiram o Evangelho segundo S. João? Então eis o testemunho deste apóstolo: “Porque reparas no cisco que o teu irmão tem no olho e não vês a trave que está no teu?”.
Ok! Lá vão pensar que eu sou extremista, não, não sou. Mas penso ser de uma ingenuidade tremenda pensarmos que nós somos os bons e os Iranianos são os maus. E tudo isto porquê? Porque os nossos “amigos” americanos manipulam os orgãos de informação para que quem não pensa, pense que as coisas assim são.
Pois, mas não são. Nada é assim tão linear e pensar com os miolos que temos não dá trabalho nem é vergonha, é aquilo que devemos cada vez mais fazer. Quase apetece chamar aqui o Kant com o seu célebre tribunal da razão. Mas, é sempre a razão. E o coração? Ou se quisermos aquela parte de nós que também pensa mas sempre (ou quase) em segundo plano.
Bem, talvez já conheças a minha opinião sobre os americanos: Se não fossem eles, e com a boca bem afinada que temos, neste momento estariamos a partir pedras na Sibéria. Claro, não aprovo tudo o que fazem, detesto o G.W.Bush. Na Alemanha diz-se: Os americanos são um mal menor e necessário.