Pax Intratibus

1.3.06

Poema Singelo


Já era tempo de eu postar aqui um poemita meu. Fiquem-se pois com este pequeno atropelo da minha alma.

A PÊGA AZUL


A chuva ao escorrer-me pela cartilagem da alma
seca-me completamente o corpo nu.
Este ar de não-poeta configura-se ou prefigura-se
na imagem desolada da ave morta.


Só quem nunca sentiu uma nuvem a escorrer-se,
quem não presenciou um não-poeta,
pode talvez ser algo de palpável, de inelutável.


Mas quem nunca viu o horror, o terror,
a pungência da Dor Moral, da perda da beleza,
do seu término, não na sua morte, mas em si pássaro,
que fez algures no tempo um último voo ou flutuo.
Quem ao tal ver não sentiu o mundo mais pobre e menos belo,
fica por Decreto Poético coibido de sentir o que quer que seja!


Eu senti naqueles olhos vagos, vazios, inertes,
na falta da cor daquelas penas lindas de pêga azul,
outros azuis morrendo.
De noite, ao apagar-se o Sol,
ainda nos valem a Lua e as Estrelas.
À pêga e ao “tenta versejar” pouco resta senão
a dôr da impotência, a tristeza de algo lindo que se esvaiu, se perdeu.
Tal como o poeta que se exala em cada verso, em cada tropeço de caneta.”






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