A Guerra e as Guerras

"Como é que o Real entra no Inventado? – Faz-me uma pergunta mais fácil!"
Pôrra! Pôrra e Pôrra! Mas quem é que esta gente pensa que é para estragar os planos do G.W.Bush?
Esta ofensiva das Forças Armadas Israelitas é no mínimo suspeita. Mudou o Chefe do Governo de Israel mudaram-se as (boas) vontades?
Há uns tempos Bush sonhava com a invasão do Irão, mas pensou umas quantas vezes antes de o fazer devido (não só mas também) à intervenção de dois ex-conselheiros presidenciais para os assuntos militares (um deles de Bill Clinton) que desaconselharam vivamente tal intervenção e disseram que o problema da Al Qaeda nada é comparado com o potencial terrorista que o Irão pode fazer entrar em acção em todo o mundo ocidental. Como se isso não bastasse, devemos recordar o tipo de soldados e a sua coragem fanatizada que compõem as Forças Armadas Iranianas. Acrescentaremos as armas nucleares e o resto do arsenal que o Irão tem vindo a acumular sabendo que mais cedo ou mais tarde o dia em que os Norte-Americanos bateriam à sua porta, chegaria.
Então Bush recolhe as garras e concentra-se na missão impossível que é o Iraque, ou se quiserem o Vietname Parte II.
Eis então que surge uma cabecinha pensante (o que à partida exclui o Bush) que se lembrou que há muitos caminhos para chegar a Roma. Vai daí, os Israelitas viram um soldado seu ser raptado e desencadeiam a ofensiva contra os palestinianos, foi a 1ª desculpa, mas, OH! Não é possível! Não é que o Hezbollah raptou outros 2 soldados e vai daí invadem o sul do Líbano, foi a 2ª desculpa. Seguem-se os bombardeamentos da estrada Beirute-Damasco, é a 3ª desculpa! O alvo é a Síria, Síria que tem o arsenal bélico mais forte das proximidades de Israel. Então dá-se o presente a Bush: o Presidente Sírio telefona ao Presidente Iraniano e este último declara numa televisão pública que se Israel atacar a Síria, o Irão responderá violentamente, a "violência da resposta será inimaginável". Fica o puzzle completo: Israel ao ser atacado pelo Irão fará entrar ao seu lado nesta guerra os Estados Unidos. E cá temos um Bush a conseguir com uma atitude um pouco mais de adulto (apenas no sentido de saber esperar que "a fruta amadureça") a conseguir a sua tão almejada vingança contra os reveses e humilhações por que o Irão fez passar os EUA (veja-se o caso dos reféns há anos atrás). Será o princípio do fim? Sem me querer armar em profeta do Apocalipse direi apenas: Que o Universo nos guarde dos Bushes e outros fanáticos da guerra.
Hoje temos guerras, guerrilhas e afins para todos os gostos: Guerra no Iraque, no Afeganistão, atentados na Índia, os rebeldes de Caxemira que servem de desculpa ao eterno ódio entre Paquistão e Índia (ou entre Hindus e Muçulmanos), a ameaça dos mísseis Norte-Coreanos, das armas nucleares Iranianas, os massacres da população Palestiniana pelo Estado de Israel (ai se um dia os ultra-ortodoxos ganham as eleições), a mortandade em Israel pelos grupos fundamentalistas árabes, a instabilidade em Timor Petrólorosai (e o petróleo sai quase todo para a Austrália); a ETA que não dá descansos prolongados ao Estado Espanhol, o Vaticano detentor de pelo menos 1/3 do capital de uma das mais famosas fábricas de armas do mundo, a Pietro Beretta (surpreendidos? nem sei porquê?!), a horrífica situação em Dalfour na África, o duplo genocídio no Tibete perpetrado pelo Estado Chinês (morte física e morte cultural do povo Tibetano), a ditadura no Nepal (?) que leva a perguntar: "et tu, Budismo?" e que o povo já não aguenta, a guerrilha terrorista mais ou menos encoberta de uma Rússia que não se consegue reencontrar, uns EUA que se perderam num presidente belicista e megalómano, o rescaldo cheio de brasas (feridas) duma Jugoslávia partida aos bocadinhos "piquininos" e que até se entenderiam se não fossem tantas as religiões em confronto; um IRA que se acomodou de momento com as concessões do Governo Inglês (sempre faz com que o Vaticano poupe uns milhões em armas para o IRA "limpar" os Anglicanos, por sua vez armados pela Inglaterra). Por fim, não podemos esquecer a degradação que se vê e entrevê em certos países da América Latina.
Os problemas das minorias são mais ou menos resolvidos, melhor ou pior remendados um pouco por todo o planeta.
O Ser Humano odeia (porque teme) a diferença e a melhor forma de fazer cessar o ou aquele que é diferente é o extermínio ou na melhor das hipóteses, o confinamento, o isolamento.
Aqui neste Portugal saltam-me imediatamente à memória os Ciganos e os Homossexuais. Diferentes, logo de temer, autênticos alvos a abater (ai se um dia o Partido Nacional ganha as eleições em Portugal...). Os que são ou se sentem "diferentes" vivem num labirinto cheio de obstáculos que se mostram muito subtilmente, assim como quem não existe. Mas os escolhos estão sempre presentes, vistos de forma estúpida pelas maiorias como uma peçonha que se pega por contacto ou por proximidade.
O que concluir de tudo isto? Somente que nada aprendemos com a História da Humanidade, nada aprendemos com os antigos erros. Lembramos Thorndike com a sua teoria da "Aprendizagem por tentativa e erro", mas já tentámos e errámos tantas vezes, e no entanto, continuamente cometemos os mesmos erros que tendem a piorar ao longo dos anos. Regressão em vez de Progressão eis do que se trata. Dizer que o Ser Humano evolui está correcto! Mas evolui em que sentido? Na sua maioria, não no sentido da paz, do amor incondicional, no referencial positivo. Quase ninguém quer ouvir falar de paz, a paz é enfadonha (diz isto quem nunca viveu cenários de guerra); a guerra é excitante, divertida até! E o que acontece no momento em que se fica com um filho(a) morto(a) nos braços? Com um pai estropiado e a seguir assassinado? Aí a guerra entra no nosso EU, penetra profundamente em nós, perde a "graça". Adaptando uma frase conhecida: "a diversão de uma guerra é o facto de não existir nela diversão alguma".
Resta-nos a esperança que é sempre a penúltima coisa a morrer (a última somos nós) de que ainda haja o suficiente bom-senso, alguma ponderação nos políticos com verdadeiro poder (ou pelo menos medo!) e também nos G-7, G-8, em todos os G's menos na G-3.
É preciso um novo milagre!!!!!
Talvés em Beja. Vamos combinar??
Héeeeeeeeeeeeeeeeeee
Paulo