Abismo
Que raio de sorte a nossa! Se a comunicação social (incluo aqui a Terra dos Blogues) não denunciasse estas situações aberrantes e que se constituem como verdadeiros atentados a nós cidadãos ordinários (no seu sentido primeiro, comuns), o Governo não se veria na obrigatoriedade de nos cercear o acesso a essa informação; por outro lado, se a comunicação social calasse estas verdadeiras afrontas, por certo que a situação atingiria limites do "arco da velha". Até estou a ver o periquito ou o hamster do filho do ministro com cargos de acessores. De novo o velho e esfarrapado por excesso de uso, "preso por ter cão e preso por não o ter". Só que a partir de agora a atenção do cidadão sai reforçada porque é de calcular que este tipo de nomeações atinjam nos tempos vindouros números que bradam aos céus.
Este é o País da Teoria, dos planos completos ou incompletos, das intenções marcadas pela falta de acções, das medidas urgentes metidas na gaveta porque o dinheiro faz falta para aquilo que não é nem de longe o mais importante. Os nossos direitos minguam a olho nu, os nossos deveres aumentam para que haja uma espécie de compensação. Dá vontade de emigrar para Plutão que ficou a saber há pouco tempo que já não é um planeta (será que o dito se importa com isso?), mas sim um planeta anão, sem direito a figurar na lista dos planetas que constituem o sistema solar. Isto não vos lembra algo? Sim! Certo! Nós somos o Plutão da U.E., estamos lá, todos sabem que estamos lá, mas nem contamos porque somos anões e assim permaneceremos enquanto vigorarem estas mentalidades minorcas, estes Governos improdutivos, esta cegueira e desinteresse por tudo o que nos pode levar à lista dos que contam! Assim, Plutão amigo, os Portugueses estão contigo. Porque é que não nos geminamos com Plutão? As similaridades são tantas! Tornemo-lo no nosso estandarte, no nosso exemplo. Ah! Plutão do nosso descontentamento. Se Shakespeare fosse vivo talvez não tivesse falado no Inverno do nosso descontentamento. Se Camões cá andasse por certo diria: "Mudam-se os tempos, permanecem as não-vontades" ou ainda o "Perdigão perdeu a pena" seria "Portugal perdeu a cena".
"Governo perdeu a vergonha,
não há mal que nos não venha", diria o coitado do zarolho se não fosse aquele malfadado 10 de junho dos desavergonhados.
Lembras-te daquela frase que tanto usávamos sobre a diferença entre qualquer coisa e um balde de m***a? (não quero dizer palavrões no teu blog), e que chegávamos à conclusão que a diferença era a porra do balde? Pois é, caro Amigo, anda já por aí muito balde a transbordar da sempre igual dita cuja.
Um abração e continua: se eles aqui vierem, podes ter a certeza que chegam à conclusão que é melhor terem-te como assessor do que como inimigo, eh eh!