Pax Intratibus

4.1.07

O Regresso do Abade!

Quero começar por agradecer à Trequita que me incentivou e muito especialmente ao grande Bom Gigante que me deu as boas-festas. Para todos os que me liam (e em especial para vocês dois) o meu muito obrigado.
Espero que todos tenham tido umas festas com bastante afecto. Eu confesso que pouca importância dou a estas festas. Porquê? Bom, ao Natal porque se sabe que Cristo nasceu e morreu na Primavera e o 25 de Dezembro mais não foi do que um aproveitanço da festa Romana ao Deus Mitra. Ao Ano Novo (o que é isso?) porque o celebro de acordo com o calendário Celta.
Quero pedir desculpa pelo meu afastamento que se deveu ao facto de não ter tempo sequer para meditar um pouco e há prioridades... Agora vou tentar voltar de novo aos Posts porque estou um pouco mais aliviado de trabalho. BEM HAJAM!
Segue-se um pequeno escrito um pouco enferrujado, mas tenho de recomeçar e porque não por aqui? :))
Percorro a distância que se some no meu olhar fixo nas florzitas amarelas que Deus semeou. A brisa suave agita-as como se agitam os meus pensamentos. A beleza do Alentejo florido e carregado de verde enche-me o olhar e a alma de calma, serenidade e fantasia. Ai, quem me dera seres tu Alentejo. Não! Já não me basta ter-te na alma, quero ser Tu. Quero ter essas tuas cores que me fazem brilhar as íris castanhas com outros matizes, quero ter os aromas que te acompanham onde quer que estás ou onde te revejo. Quem te tem nunca te perde ou se perde de ti. Acompanhas-nos qual cãozito fiel e alegre nos passeios e folguedos do nosso corpo, nos desvarios da nossa alma. E quando em ti o céu se derrama e te fertiliza é como se algo dentro de nós também se renovasse, se tornasse mais vívido.
Escorrem-te nessas alturas as lágrimas do céu pelos troncos das tuas, tantas vezes, esparsas árvores. Corre-te pelas veias que se abrem no teu solo esse sangue incolor a que chamamos água já tão carregado pelo teu sabor, pelos teus cheiros.
O sobreiro, a azinheira, são os teus estandartes... Queria que fosse o Salgueiro Chorão com os seus ramos caídos a beijar o chão, gotejando lágrimas carregadas de esperança e melancolia, como melancólica e nostálgica é a tua essência ancestral.
O poeta diz “ai Alentejo quem te amou não te esqueceu...”! Eu que de poeta nada tenho, digo que quem te ama não te esquece. A nossa relação de amantes que se disputam e reconciliam não teve, tem ou terá fim. Que não se compare o meu amor por qualquer mulher que de repente me apareceu no caminho pelo amor que por ti sinto. Como talvez dissesse Pessoa num dos seus piores dias de inspiração: “O que por ti sinto ou pressinto nunca o direi a ninguém excepto a todos aqueles que me ouvem e esses são eu e pouco mais do mim que reparto com mais ou menos boa vontade por aqueles a quem assim o decido...”.
Por
isso, e como sempre, a ti Alentejo...


 
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