Pax Intratibus

26.4.06

Traços De Um Futuro Anunciado


O Presidente da Junta de Freguesia da Pena foi selvaticamente agredido e morreu. Podíamos acrescentar, ponto final! Mas temos de falar da inevitável pena de prisão por homicídio e se as senhoras também agredidas falecerem, o senegalês será acusado de triplo homicídio. Aos 56 anos irá provavelmente cumprir o resto da sua vida numa cela de prisão. Nada, mas mesmo nada pode desculpar um acto destes. No entanto podemos sempre perguntar: O que levou aquele homem (e tantos outros) a cometer estes actos? Só se me afigura uma resposta possível, o desespero profundo de se saber proximamente despedido, o desacreditar completamente de viver. O querer punir barbaramente quem pensa que o levou a este estado de nada mais poder fazer.
Estes comportamentos tornam-se uma preocupação cada vez mais comum em Portugal. Agora vejamos: a quem podem interessar estes actos principalmente quando cometidos por uma pessoa de raça negróide? É destes sinais dos tempos que os grupos neo-nazis vivem, sobrevivem e se multiplicam em relação simbiótica como se fossem cogumelos e estes crimes fossem as árvores de quem dependem para nascer e crescer. Juntem-lhe o desemprego, a violência doméstica, o afastamento crescente da ética e da moralidade que são autênticas barreiras que se opõem à nossa parte animal. Com o que ficamos? Ficamos com uma sociedade cada vez mais permissiva, uma sociedade que busca cada vez mais os seus limites e muitas vezes só os encontra no crime e na sua consequente punição.
Como podemos reduzir estes eventos com leis tão flexíveis, com umas forças policiais que durante 48 anos usaram e abusaram do poder que a farda lhes conferia e que agora estão quase de mãos e pés atados? É neste contexto que surgem as brechas que levam as pessoas a desejar o totalitarismo, a ditadura. E de ditadura encheram os Portugueses a barriga durante o chamado Estado Novo.
Trinta e dois anos após o 25 de Abril de 1974 para termos avançado o quê e quanto?
Não escrevi um post sobre o Golpe de Estado/Revolução por 2 motivos: 1º quase todos os meus colegas Blogueiros se referiram à efeméride; 2º o amargo de boca é tanto que me paralisou a vontade e as mãos. No entanto, claro que fiquei contente por ter acontecido (se bem que a minha idade não me permitisse compreender o evento numa perspectiva ampla).

AGRADECIMENTO/RECONHECIMENTO

Fiquei profundamente satisfeito por o meu Blog ter sido referido no número 2 do jornal “Correio do Alentejo”. Sabe sempre bem ver o nosso trabalho ser reconhecido por um órgão de informação isento (abre-se o “Correio do Alentejo” e lemos as crónicas de pessoas de todos os quadrantes políticos, não há censura, todos têm o direito a concordar ou a discordar do que lêem, mas ficam a saber a opinião dos diversos sectores da nossa sociedade, seja qual for o candeeiro político que os alumia). Desejo uma longa vida a este novo jornal do qual sou leitor assíduo desde o 1º número. O facto de só agora manifestar a minha gratidão é porque na altura o jornal “me queimava nas mãos” (risos). O meu profundo reconhecimento. Estamos todos de parabéns.

18.4.06


A gripe das aves (versão 3.676.987) começou por teoricamente matar 12 mil Portugueses, alguém reviu os cálculos e disse que não seriam 12, mas sim 19 mil. Agora já pode afectar/matar cerca de 3 milhões de Portugueses de acordo com o Director-Geral da Saúde, o que corresponde a um terço da população nacional (da qual se excluem os Vegetarianos). Mas quem é que nos fez esta brincadeira? Quem nos retirou o prazer de comer um frango (sempre em formato perdiz) assado numa feira empoeirada por um balúrdio? Ou fazer um churrasco no Guadiana em plena Primavera? Ou as delícias de um arroz de pato?
Se a sua galinha se queixar de dores no corpo, estiver com corrimento nasal (“ranho”), febre, espirros e vontade de beber líquidos; Ah! E se não lhe apetecer um cigarrito, já sabe, está com uma galinha engripada. Conselho: Livre-se dela o mais rápido possível.
Depois da sempre costumeira peste suína, da febre aftosa e da doença das vacas (de 4 patas) loucas, do “mal dos coelhos”, agora cai-nos em cima a ameaça da pena. É uma pena que nem os bichos de pena se safassem. E agora? Que mundo é este em que episodicamente há um animal que nos é negado por doença? Podíamos pensar num complôt Budista ou Hinduista, mas não! É apenas o ecossistema a rebentar pelas costuras. Veja-se nos bichos humanos a incidência insidiosa do Cancro e da SIDA. Que mais poderão ser senão respostas deste planeta vivo, de Gaia, às nossas tropelias, aos nossos abusos. O planeta azulado diz: “Cá me fazes, cá me pagas”. A factura começa a ser elevadíssima para os nossos corpos. O planeta mostra-nos claramente os seus protestos sem necessitarmos que a GreenPeace ou qualquer outra associação do género nos alerte para o brutal desequilíbrio em que já estamos a viver há cerca de 100 anos.
O que fazer? Apenas tentar reequilibrar o possível e aí sim, aí necessitamos das associações, de Leis mais duras, de alguém que encoste os EUA à parede (Deus?!) para se armar em polícia ecológica, já que tanto gostam de fazer o papel de policiamento geo-político-económico do planeta, de acordo com os seus sagrados interesses, pois...
Já se antevêm as galinhas com Boletim de Vacinas e as consequentes falsificações. Numa altura em que o Governo tanto manobra para encerrar alguns Centros de Saúde, porque não convertê-los em centrais de vacinação galinácea? Penso ser esta uma ideia a ter em muita conta.

12.4.06

São Judas Iscariotes


[Judas Iscariotes] ...A verdade, caro Yeshua, é que não acredito que jamais nos conduzas todos à Salvação. No entanto, em consequência de dizeres tudo o que dizes, os pobres ganharão coragem para se sentirem mais iguais aos ricos.

in "O Evangelho Segundo o Filho" de Norman Mailer .



Achei bastante a propósito esta frase que me pareceu sempre que poderia ter sido mesmo verdadeira, não obstante esteja inserida no Romance acima citado. Vem isto a propósito dos manuscritos vindos a público há pouco tempo e que já se designam pelo Evangelho de Judas. A Igreja Católica (como sempre) fecha-se em copas nada querendo comentar apenas reafirmando que Judas Iscariotes não estava possuído pelo Demónio quando entregou Jesus. Então se não estava, estaria possuído por Deus para cumprir uma missão importantíssima, quiçá a mais importante de todos os Apóstolos.
Quem se lembraria de Jesus Cristo se não fosse a sua entrega, o seu sacrifício ao morrer na cruz (coisa em que os Cavaleiros Templários nunca acreditaram, daí darem tão pouca importância ao crucifixo)? Quem nos proporcionou então esta lembrança senão Judas, o injustamente apelidado de traidor. Ao que tudo indica, quando Jesus o escolheu como Apóstolo já sabia qual iria ser a sua missão no interior do seu ministério. Não será no mínimo curioso que fosse Judas a guardar o dinheiro e a distribuir as esmolas aos indigentes? E tudo isto com o óbvio acórdão de Jesus. Quando este último lhe diz: Vai e faz o que tens de fazer, não está o próprio Cristo a ordenar-lhe/lembrar-lhe qual é a sua ingrata missão? As Igrejas dizem: Tudo estava nos planos do Pai. Assim sendo, se ele cumpria o plano Divino como pode ter sido um traidor? Quando muito seria uma marioneta nos fios tecidos do espaço/tempo da Divindade. Hoje, expressões como:És um Judas (um traidor)! ou Don't you Judas me! (em inglês: Não me traias!).
Pela minha parte confesso que sempre considerei Judas Iscariotes como um Apóstolo como os outros ou até mais importante. De todos, é o único a não ser chamado Santo, é apenas o Judas, o vil, o traidor, o que nem merecia ter nascido, etc.
De repente surge um testemunho de que Judas seria um grande amigo e confidente de Jesus, e por isso alguém que nunca mereceu este tratamento histórico. Sabemos que não será este documento ou qualquer outro que irá mudar o que está enraízado há quase 2000 anos. Judas Iscariotes será sempre o que não presta mesmo que a Igreja o recuperasse (o que por certo nunca fará).
A título de exemplo veja-se a actual oração do Pai Nosso (coitadinha, tão adulterada do original que se encontra em Jerusalém e que se inicia com: Pai, Mãe...). Esta oração, a mais importante no catolicismo romano foi alterada aquando do Concílio Vaticano II (convocado pelo Papa João XXIII e terminado durante o pontificado do Papa Paulo VI). A alteração incidiu na frase: ...E não nos deixes cair em tentação... que passou a ...E não nos submetas à tentação.... Alguém tem conhecimento de alguma vez ter ouvido um padre durante uma missa falar desta alteração? Claro que não! Há que manter o
status quo, fazer o menos ondas possível para que o lodo não apareça à superfície. Para mim, com manuscritos ou sem eles, o Santo Judas Iscariotes permanecerá desta forma para sempre.
A facilidade com que o Ser Humano separa o trigo do joio, ou seja, como consegue ver apenas o que lhe interessa no outro que são por norma as qualidades negativas. O que de bom o outro tenha ficará sempre encoberto num véu de circunstância, num plano secundário. Faça-se algo de bom e durará pouco nas memórias; algo de mau durará nelas para sempre. Isto também tem a ver com o facto de nós, individualmente não nos conseguirmos avaliar a 100%, utilize-se que método se utilizar, há sempre algo que de nós que nos fica inacessível. Talvez seja a nossa auto-capacidade de análise que bloqueia por um qualquer sentido defensivo. Claro que a meditação, a regressão ao passado são técnicas que nos podem ajudar muito, mas também elas são do humano, logo, são limitadas.
Celebro este vir a público de um documento histórico tão importante e a minha esperança é que algo mude, pelo menos nos ateus e em quem não se insere no grupo dos fundamentalistas Cristãos.

4.4.06

Ai Beja, se outros calam, falamos nós.



Manda quem pode ou manda quem sabe? Claro que manda quem pode se exceptuarmos algumas honrosas situações. De Norte a Sul deste Portugal à beira-mar atravancado, observamos asneiras que nos levam a pensar: Será que eu vejo isto ou aquilo e quem manda não vê? Será que eu sou mais esperto que o Ministro? Ou Presidente de Câmara? Ou de Junta? Argumentaremos que “quem está de fora não racha lenha”, ou seja, “não sabe nem da missa a metade”. Mas quantas vezes se constrói para logo a seguir, por uma qualquer norma comunitária ou da lei portuguesa se ter de imediatamente destruir. Será este o país do “tudo feito em cima do joelho”, do “p’rá frente é que é o caminho” e depois logo se vê?
Li com atenção a entrevista que o actual Presidente da Câmara de Beja, o Dr. Francisco Santos deu ao Diário do Alentejo. Numa das suas intervenções referiu que a descentralização dos diversos serviços camarários (por exemplo, o Departamento da Cultura) sai bastante onerosa à Autarquia e que o ideal seria reunir num único edifício todos os serviços Camarários. Pois bem, acredito nele e até me parece que do ponto de vista dos utentes seria muitíssimo mais cómodo poderem tratar dos seus assuntos dentro de um único espaço do que andarem como os pardais de um lado para o outro. No entanto, e salvo erro ou omissão, apenas me vem à “alembradura” um imóvel que permitiria esta “faena”. A antiga filial do Banco de Portugal em Beja. Porque não cede o Governo Central este “monstro” à C.M.B.? O que faz fechado sem qualquer serventia numa cidade que tanto dele necessita? Por certo, a CMB não teria 500 ou 600 mil contos (ou coisa que me valha) ou alguns milhares de contos para se tornar arrendatária do seguinte edifício. Sabendo o Governo Central das nossas dificuldades e necessidades, o que custaria disponibilizar um imóvel que está literalmente a apodrecer em pleno centro da cidade? Não poderia o nosso Governador Civil intervir mais nos nossos problemas descendo um pouco do seu “pedestal” como representante do Zé Sócrates e propor algo deste tipo ao Governo? Afinal para que queremos o que temos e não podemos usar?


“Tanta parra, pouca uva”, em Beja seria mais “tanto carro, tão pouco espaço”. Beja, rainha eleita como uma das cidades mais empobrecidas de Portugal. Como explicar os Audis, os BMW’s, os Mercedes, os Jipes, tantos e tantos comprados novos e muitas vezes a pronto pagamento; e os apartamentos, os apartamentos, Senhor? 20, 30 mil contos, comprados mal os cabocos estão começados; as vivendas, 50, 60 mil e não dão para as encomendas. Como explicar então este autêntico mistério da “antiguidade” avant-garde? Talvez o eterno arguido, o IFADAP tenha algo a ver com isto, mas não batamos mais no pobrezinho! Por certo não pode ser o único culpado desta situação. Mas e repito, de onde saem tantos proventos que capacitam tantos rendimentos mensais de 150 ou 200 contos de possuírem tantos e tantos valores? Uma vez um jornalista português perguntou a um grande escritor francês (não me lembro do nome, mea culpa): “O que é que diz dizer com determinada passagem neste seu livro?”. O Escritor respondeu-lhe: “Quando eu escrevi esse livro só eu e Deus sabíamos o que eu queria transmitir. Talvez Deus ainda se lembre, eu já me esqueci”. Que rica frase para explicar tanta “fartura” sem óleo nem farinha para as fazer (passe o trocadilho).


 
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