Pax Intratibus

28.8.06

Abismo

A última medida "Pidesca" a que este Governo nos submeteu é de ficar a pensar se não estaremos a viver em 1949 ou carquejas. O Governo decretou que as nomeações para cargos do Estado, nomeadamente os tachos de acessores ministeriais e outros que tais, nos ficam vedadas ao nível do conhecimento. Porquê? Porque deixam de sair em Diário da República. E acabaram-se os escândalos com o excessivo número de nomeações, com os compadrios (já que não sabemos se o nomeado não é por acaso o futuro genro da pôrra do Ministro) e com os ordenados que estas inteligências iluminadas (só se for pela EDP) vão roubar ao Estado, a nós que fazemos os nossos descontos.
Que raio de sorte a nossa! Se a comunicação social (incluo aqui a Terra dos Blogues) não denunciasse estas situações aberrantes e que se constituem como verdadeiros atentados a nós cidadãos ordinários (no seu sentido primeiro, comuns), o Governo não se veria na obrigatoriedade de nos cercear o acesso a essa informação; por outro lado, se a comunicação social calasse estas verdadeiras afrontas, por certo que a situação atingiria limites do "arco da velha". Até estou a ver o periquito ou o hamster do filho do ministro com cargos de acessores. De novo o velho e esfarrapado por excesso de uso, "preso por ter cão e preso por não o ter". Só que a partir de agora a atenção do cidadão sai reforçada porque é de calcular que este tipo de nomeações atinjam nos tempos vindouros números que bradam aos céus.
Este é o País da Teoria, dos planos completos ou incompletos, das intenções marcadas pela falta de acções, das medidas urgentes metidas na gaveta porque o dinheiro faz falta para aquilo que não é nem de longe o mais importante. Os nossos direitos minguam a olho nu, os nossos deveres aumentam para que haja uma espécie de compensação. Dá vontade de emigrar para Plutão que ficou a saber há pouco tempo que já não é um planeta (será que o dito se importa com isso?), mas sim um planeta anão, sem direito a figurar na lista dos planetas que constituem o sistema solar. Isto não vos lembra algo? Sim! Certo! Nós somos o Plutão da U.E., estamos lá, todos sabem que estamos lá, mas nem contamos porque somos anões e assim permaneceremos enquanto vigorarem estas mentalidades minorcas, estes Governos improdutivos, esta cegueira e desinteresse por tudo o que nos pode levar à lista dos que contam! Assim, Plutão amigo, os Portugueses estão contigo. Porque é que não nos geminamos com Plutão? As similaridades são tantas! Tornemo-lo no nosso estandarte, no nosso exemplo. Ah! Plutão do nosso descontentamento. Se Shakespeare fosse vivo talvez não tivesse falado no Inverno do nosso descontentamento. Se Camões cá andasse por certo diria: "Mudam-se os tempos, permanecem as não-vontades" ou ainda o "Perdigão perdeu a pena" seria "Portugal perdeu a cena".

23.8.06

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO PAX iNTRATIBUS

Posted by Picasa Desenho: José Tendinites



Hoje, 23 de Agosto de 2006 perfaz um ano que dei origem a este Blog. Tenho tentado ao longo deste período abordar diversos temas que considerei com algum interesse. O resultado foi bastante satisfatório, devo confessar. Também através dele me comecei a interessar pela "Terra dos Blogs" onde conheci vários escribas de mérito, cujos nomes não cito aqui para evitar cometer injustiças por mero esquecimento.
Comecei impulsionado pelo Celtibérix. De início foi um pouco difícil definir o meu próprio estilo, a tendência era sempre a de copiar o estilo deste ou daquele escriba, mas lá fomos aos tombos e hoje movimento-me dentro do que escrevo sentindo-me Eu ou Mim (para os defensores de que o Eu é que lixa isto tudo). Abordei as Religiões, a Política, a Poesia, o Humor, etc. Hoje tenho os meus leitores fiéis como todos nós habitantes da Terra dos Blogues, os temos. Fui recuperar um grande poeta e amigo com quem tenho a satisfação de partilhar amizade e com o qual não tinha contactos há quase 3 anos. Designa-me ele benevolamente, "primus inter pares" (primeiro entre iguais) e atribui-me no seu Blog o título de Dom Francisco de Beja. É caso para dizer que há pessoas boas (risos) e ele é uma delas.
Conheço pessoalmente alguns dos Bloguenses que me lêem, uns melhor, outros apenas de "vista". E claro, existem aqueles que nem faço a menor ideia de quem são, o que nem tem grande importância.
Como calculam e sendo eu um membro do Clero Cenobita não deixei de ter alguns problemas com os meus superiores, mas lá tenho conseguido dar a volta ao assunto. Recebi uns convites para me tornar Monge Tibetano, é verdade que se viaja mais e ganha-se muito dinheiro em seminários, conferências, retiros, etc, etc.. Uma das razões porque não aceitei foi porque não me deixavam ter um Blogue!
Chega de Prosa e venham lá os parabéns dos meus colegas e amigos.
Um vosso servo, sempre ao dispor: Abade Anacleto da Ordem dos Frades Chaparricanos.

19.8.06

Optimismo a Quanto Obrigas

Fonte da Foto: UEBA

Depois de ter lido o meu 267º livro de Auto-ajuda decidi tornar-me um optimista a toda a prova por uns dias. Começada esta B.I. (Boa Intenção) sinto-me mais confiante na vida. A tal ponto que ainda acredito que a CMB vá resolver as trapalhadas do anterior executivo no que respeita ao trânsito citadino, que os funcionários serão valorizados pelo que são; também acredito no Aeroporto de Beja já no próximo ano, num enorme aumento do poder de compra dos Portugueses, na descida abrupta das taxas de juros, nos Bancos deixarem de nos escamotear o valor do Spread nos empréstimos que contraímos, no final dos incêndios, no cessar-fogo completo no Iraque, Afeganistão e Líbano. Também acredito que o Alentejo se vá tornar a mais rica província do País nos próximos 3 anos (e não nos 3000 como anteriormente cria). Creio num funcionamento óptimo da Piscina de Beja. O que é que vocês querem? Os livros de auto-ajuda tornam-me num mentecapto a 100% (o meu normal são os 85%). Ah! E também acredito que a Madonna ainda vai ser Beatificada pelo Bentinho XVI (ou pelo seu sucessor escolhido pela Opus Dei) y su Banda "La Opus Grey" (“A Obra Cinzenta”, nome do espanhol, latim e inglês, respectivamente). É tão bonito e parvo este estado de me sentir "tramôco" da cabeça. E tudo isto – perguntarão – apenas porque leste uns livros? Também, mas não só. Decidi entrar numa de optimista a todo o custo. E já me está custando tanta asneira escrita num só "post". Mas afinal de contas não é todos os dias que uma pessoa toma uma resolução destas. Há que fazer sacrifícios para podermos ser optimistas, ou pelo menos, para pensarmos positivamente quando vivemos neste País.
Pensava que a frase “Penso, logo existo” tinha sido criada pelo Descartes como nos ensinam no liceu. Bom, não foi. Bastantes séculos antes já Santo Agostinho (Bispo de Hipona e Doutor da Igreja) afirmava: “Penso, logo Deus existe” “mea culpa, mea máxima culpa). No Portugal actual quase se torna mais própria a frase “Penso neste Governo, logo desisto”.

14.8.06

Descarga



Li no site da SIC que os Ingleses são dos habitantes da Europa os que mais poder de compra têm perdido com esta vagas sucessivas do aumento das taxas de juros. Dei por mim a pensar: Coitadinhos! E agora? Como vão sobreviver? Tenho mesmo muita pena dos Ingleses e da sua perda de poder aquisitivo. Vocês não me digam que eles estão pior que nós? Não o creio!
Com as oscilações do dólar, provocadas pelas intervenções militares externas dos EUA as economias começam a andar um bocado à deriva, já que tudo (ou quase) assenta no valor desta moeda.

Achei muito suspeito o encerramento por pelo menos 5 dias do maior poço de petróleo em território Norte-Americano, no estado do Alaska (talvez a maior asneira que os Russos fizeram foi ter vendido este território aos EUA). Este encerramento, supostamente devido a excesso de corrosão no tubo principal de descarga e transporte de crude (pipeline) veio provocar um aumento do preço dos combustíveis nuns EUA habituados a pagar a gasolina ao preço da "uva mijona" (uva ruim, com um específico quase nulo, cujo sumo é quase só água, daí lhe ser dada esta designação). E surge agora, com as manifestações dentro e fora EUA a multiplicarem-se no sentido de pressionar G.W.Bush a terminar estas guerras e guerríolas que anda a semear como quem semeia girassol. Bush vai por certo aproveitar este encerramento temporário para apontar como premente a resolução militar da situação no Iraque para que o crude possa fluir para as grandes empresas Americanas e assim, os Norte-Americanos continuarem a comprar barato e nós a comprar cada vez mais caro seja a quem for.
Este Jorge Arbusto (Bush = Arbusto) também me saiu uma bela peça. Como se o resto das suas acções não fosse bastante ainda pertence a uma seita cristã fundamentalista que passa metade do tempo a referir-se ao Armagedon (de acordo com o Livro do Apocalipse ou das Revelações), ao "fim-dos-tempos". O Armagedon seria a última batalha entre as forças do Bem e as do Mal. Com a suposta derrota das forças do Mal, inaugurar-se-à o novo Reino de Cristo. Bom, este Armagedon é referido como uma batalha entre os Anjos da Luz contra os Anjos Caídos (em desgraça divina por terem apoiado Lucífer contra Deus. A Kabala fala destas coisas) ou Demónios. Parece que estes Anjos afinal são bem terrestres. O problema é a dificuldade em identificar quem são uns e quem são os outros.

7.8.06

Árabes e Judeus... Meu Deus!

Posted by Picasa Foto: Recolhida na UEBA.


Árabes e Judeus. Meu Deus...

No século VIII tivemos no que é hoje o nosso território uma grande dor de cabeça a que chamávamos Mouros. Mais tarde, àqueles que optaram por ficar fizemos-lhes o mesmo que haveríamos de fazer aos Judeus, ou seja, tratámo-los mal. Eram outros tempos, dirão alguns. Hoje, tantos séculos volvidos continuamos a ter a mesma dor de cabeça, a "Enxaqueca Arábica". Só que desta vez, eles jogam em casa e têm muita força. Se antigamente tínhamos a legitimidade do nosso lado para os expulsar do nosso território, hoje essa legitimidade não existe, eles estão no seu terreno.
Exceptuam-se as incursões terroristas a alguns países ocidentais, a quem nós por motivos políticos e étnicos, porque são ilegítimas e porque só trazem dor, criticamos sempre. Concordo que o terrorismo nunca foi e nunca será uma via aceitável para chegar onde quer que seja. Mas, e não resisto a perguntar: e quando este é a única escolha possível? E quando surge como única possível resposta às torturas, violações e outros agravamentos daqueles que detêm a força? Terá neste caso legitimidade? Tornar-se-á ético por ser o único meio ao alcance do fraco? Diremos muitos de nós que o terrorismo NUNCA é resposta, que há sempre a mesa das negociações, que... O facto é que a mesa tem muitas vezes o tampo e os pés cheios de caruncho. As palavras desvirtuam-se, são esquecidas, leva-as o vento; as bombas provocam vento ao deslocar o ar, matam, estropiam, destroem, mas ficam na memória das pessoas. Porém, cada atentado terrorista é mais uma injecção de anestésico que a população mundial leva no cérebro. Estamos cada vez mais imunes ao horror, ao sofrimento dos outros. Fechamo-nos na vida que gostamos de fazer, encerramo-nos no casulo a que chamamos lar, falamos dos temas que consideramos aprazíveis porque o "resto é p'ra esquecer e não é da nossa responsabilidade", observamos as cenas na TV como se fossem filmes de acção. São de acção, mas infelizmente não são filmes. Têm operadores de câmara, produtores, realizadores, actores, tudo para ser um filme. Não o são porque não passam o teste da ficção, passam sim no teste da realidade (ou daquilo que para nossa maior facilidade, designamos por realidade).
Israel, o povo escolhido por Deus e que também o escolheu, Israel cujo patrono é o Arcanjo Miguel, Israel com os melhores serviços secretos do planeta (a "Mossad") e com a melhor (ou das melhores) Força Aérea deste astro colorido de azul. Israel que esquece Deus, que continua a construir os seus bezerros de ouro desde os tempos de Moisés.
Do outro lado, Países Islâmicos, uns com mais poder que outros, com mais apoios que outros, com maior boa-vontade que outros. Países divididos na religião entre Sunitas (maioritários) e Xiitas (seguidores de Ali, genro de Maomé, e considerado pelos Xiitas como o único digno sucessor do Profeta), totalmente islamizados uns, mais ocidentalizados outros; duas concepções bem diferentes de encarar o mundo, de viver consigo e com os outros. Países que levam a dor, que tornam tantos filhos órfãos com os seus terríveis atentados Bombistas. Países que se têm cada vez mais fanatizado à sombra de um Livro chamado Corão e sem motivos. O Corão, para quem já o leu é um livro cheio de beleza e de violência também (como a Bíblia e a Tora) que se vê tão deturpado para justificar o injustificável numa tão grande Religião. Uma religião que anela pela paz e harmonia; com uma história cheia de tolerância que já não encontramos hoje em dia em grande parte dos casos.
Temo cada vez mais que a solução para o conflito israelo-árabe é como Bob Marley afirma numa das suas canções: "It seems like, total destruction it's the only solution. There ain't no use, no one can stop them now..." (parece que a destruição total é a única solução. Não vale a pena, ninguém pode pará-los agora...).
O ódio entre Sunitas e Xiitas tem de ser resolvido, mais cedo ou mais tarde. Os cerca de 8 anos de guerra entre o sunita Iraque e o xiita Irão nada ou pouco resolveram a este nível. Parece-me que o mundo se vira cada vez com mais força para a aniquilação. "Deus criou o Mundo, mas a partir daí nunca mais se quis meter nesta barafunda!".
A "Sharia" ou Lei Islâmica que tudo ou quase tudo regula é dura, como duras são aquelas gentes. Mas Israel também tem uma Tora cheia de regras, violência e destruição. Os "catecismos" adequam-se reciprocamente.
A prática da caridade, da solidariedade, da amizade, do desapego, traz-nos a paz; uma bala na cabeça também! Um antigo professor de Psicologia disse-me uma vez que o Ser Humano se rege sempre pela lei do menor esforço, é a sua tendência natural. Realmente a bala implica um muito menor esforço do que o praticar uma religião ou filosofia de vida com todas as suas "exigências", que apele à paz e à harmonia. "Ai conflitos, conflitos, quantas das vossas balas são feitas na fábrica de Braço de Prata?" (ao pé de Lisboa) (Camões ultra-corrompido).
Os Homens de paz são assassinados (Buda (foi envenenado), Jesus, Gandhi, Martin Luther King, etc, etc.); os de guerra matamo-los um pouco mais tarde, quando os conseguimos apanhar.
No fundo nada mais temos do que um terrorismo árabe "ilegal", à revelia das leis Internacionais e do outro um terrorismo praticado pelo Estado Judaico, que assenta na "legitimidade" de um governo democraticamente eleito, mas que mais não é do que terrorismo puro e simples. Israel alega as que as suas intervenções servem para destruir as bases que o Hezbollah tem no sul do Líbano. Para o conseguir já assassinou centenas de civis, provocou milhares de feridos e quase 1 milhão de desalojados. Muitos destes últimos sem um tecto, água ou comida. Que os Judeus sofrem/sofreram desde tempos imemoráveis às mãos de tantos povos é uma verdade. A II Guerra com o seu ominoso Holocausto que ceifou a vida a milhões de judeus deveria ser um lembrete contínuo, um travão para que Israel não fizesse o que lhe fizeram tantas vezes. Parece bem que não! Fazemos aos outros o que eles nos fazem/fizeram a nós. Então no meio desta salgalhada toda quem são "os bons e quem são os maus"? É que já não dá para distinguir. Nós, cidadãos comuns tendemos para a defesa de Israel ou dos Árabes consoante a nossa cor política, a nossa religião, os nossos referenciais. Seja qual for o lado que defendemos arranjamos sempre argumentos para justificar o que não pode ter justificação. Qual a diferença? Assassinos de um lado e assassinos do outro.
Valha-nos quem vocês quiserem porque isto está mesmo a dar para o torto.

1.8.06

Moda do Éroporto de Beja

Posted by Picasa Foto: Estado Maior da Força Aérea

Bom, da última vez que adaptei uma letra, escolhi a melodia do "Castelo de Beja". Resultado: Gostaram da letra, mas não da melodia (risos). Agora apresento-lhes a última adulteração de minha criação: o "Tarda o Éroporto" que deve ser acompanhado com a melodia do célebre e clássico “Apitó Combóio”). Vá, toca a cantar a ver se as obras começam (neste momento encontro-me quase morto de tanto rir).

Tarda o éroporto,
Na Base de Beja,
Tarda o éroporto
Não há quem o veja.

Não há quem o veja,
De nôte, ó luar,
Tarda o éroporto,
Naquele lugar.

Naquele lugar,
Tanta discussão,
Tarda o éroporto,
Ninguém tem razão.

Tanto desemprego,
Que se acabava,
Tarda o éroporto,
Qu' nos aliviava.

Tarda o éroporto,
A comissão é lerda,
Tarda o éroporto,
Vão todos à merda!

Vai estar tudo morto,
Quando apoisar,
o primeir' avião,
Que o vá inaugurar.

A esperança mingua,
e o tempo encurta,
Eles nã s'entendem,
Os filhos da...outra.

Tarda o éroporto,
na Base de Beja,
Tarda o éroporto
não há quem o veja.


 
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